Através da Operação Gatekeepers, deflagrada no dia 19 de abril [2018], a Polícia Federal começou a abrir a caixa que protege as informações envolvendo o setor privado e órgãos públicos em relação às obras do Cais Mauá. As investigações iniciaram em 2013.
Segundo a nota divulgada pela Comunicação Social da Polícia Federal, “no decorrer da investigação, identificaram-se ligações do grupo com obras de revitalização urbana em Porto Alegre. São investigadas possíveis movimentações de recursos para pessoas ligadas à administração, inclusive com a aquisição de bens de alto valor, como veículos de luxo”.
A suspeita recai, inicialmente, sobre fraudes nos fundos de investimentos do Consórcio Cais Mauá do Brasil.
Movimentos sociais já haviam alertado
Muitos manifestantes alertaram a população e autoridades sobre as possíveis irregularidades no projeto em função da falta de abertura para a participação popular na definição sobre o que deveria ser feito no local. A favor dos empreendedores e dos agentes públicos que tinham pressa em tocar a obra sem dar muitas satisfações, estava a pressão de um dos maiores grupos de comunicação do RS, o Grupo RBS, filiado à Rede Globo e envolvido em outra operação da Polícia Federal, a Zelotes, que investigou crimes fiscais junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
O jornal JÁ, de Porto Alegre, acompanhou de perto o andamento de todo o processo e produziu um dossiê sobre a pauta. Confira aqui.
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